CONTINUAM OS ENCONTROS CONVENCIONAIS

Aduzir, aduzir e aduzir. Este tem sido o mote das reuniões informais que a CADP tem promovido em contexto pandémico, para os seus membros, nomeadamente os líderes das igrejas. Apresentar as várias problemáticas eclesiásticas que têm perturbado a estrutura social e espiritual das igrejas.

Claro que existem muitas outras áreas nas quais as comunidades cristãs têm sofrido impacto, mas a CADP tomou a iniciativa de apoiar as lideranças, conferindo-lhes ferramentas para transmitir empatia e encorajamento aos obreiros desgastados da Seara do Mestre.

Mensalmente, somos brindados com temas que vão da simples, mas não menos profunda introspeção, repleta de linguagem acessível, bem como a partilha de testemunhos de obreiros que vão desde a liderança de grandes igrejas às de menor dimensão. Este trabalho de amparo e inclusão, é exigente para quem ministra, pois nota-se pelas intervenções um cuidado com a linguagem e um rigor bastante acessível.

Em junho, a reunião decorreu no dia 8, por Zoom. A meditação bíblica foi da responsabilidade da missionária Lúcia Baptista. Tivemos connosco o irmão Alessandro Leite, advogado, que nos esclareceu sobre legislação relacionada com as nossas transmissões na Internet, direitos de autor, direito de imagem das pessoas que assistem ao culto, etc.

Independentemente daquilo que o futuro traga, até agora, estes encontros têm servido de bálsamo emocional e um “colírio” cognitivo para aqueles que se sentem desapossados pela pandemia. Sim, ouvir alguém que pensa diferente de nós ajuda-nos a ver os “dois lados da moeda” – a ver que em todas as coisas negativas também existem coisas positivas.

A Direção da CADP ao promover estes encontros está a tentar fomentar a visão histórica: o mundo antes da Covid e o mundo depois da Covid. Claramente, a nossa vida já não vai voltar à “normalidade”, isto é, ao tempo antes Covid. Este contexto veio para ficar, e existem algumas mudanças que não irão se alterar brevemente. Assim, e após reflexão, podemos inferir com rigor, que a Igreja precisa de se reinventar, pois o nosso país clama por algo que vá ao encontro do seu cansaço emocional, do seu desespero financeiro, dos casamentos fragilizados. Na era da Reforma Protestante a Igreja reinventou-se, claro, com a ajuda da tradução da Bíblia para a língua do povo; na Revolução Industrial a Igreja reinventou-se e criou escolas para apoiar o novo modelo familiar que chegou até hoje, bem como o aparecimento dos evangelistas de massas. Hoje, é a nossa vez! Nessa tentativa de impactar positivamente a sociedade iremos errar, mas também vamos acertar, e acertar bem em muitas coisas.

Jesus está mesmo a chegar. Estamos prontos?

 

Jorge Cardoso
Pastor evangélico
Montemor-o-Novo e Vendas Novas